Antes de mais nada precisamos entender que a construção de uma lente está sempre baseada na união de dois prismas, o que vai variar é, de que forma estes dois prismas estão unidos, ou através da base ou através do ápice, assim tornando a lente convergente ou divergente, como podemos ver na imagem abaixo:
![](https://oticarevista.com.br/imagens/2023/05/image-19.png)
Outro ponto que além de curioso é muito importante que saibamos e de que, um prisma tem a capacidade de desviar em um centímetro um objeto na distância de um metro, e raio de luz sempre será desviado para a parte mais espessa da lente, ou seja, sua base. Por definição prisma óptico é um elemento transparente com superfícies polidas que refratam a luz em ângulos exatos, usados obviamente para a correção ou compensação refrativa. Agora que entendemos sobre os prismas e sua contribuição para a formação das lentes, podemos entender melhor a composição de uma lente e o seu papel para a correção das ametropias, basicamente temos três tipos de lente que veremos a seguir, onde suas nomenclaturas estão diretamente ligadas a quantidades de centros ópticos que as mesmas possuem. E antes de continuar gostaria de reforçar que centro óptico é o ponto da lente onde o raio de luz passa sem sofrer desvios. Vamos começar pela lente mais antiga, mas vendida e que nos serve como base para toda a evolução óptica, a lente mono focal, também conhecida como visão simples ou simplesmente VS, como o próprio nome já deixa claro, esta lente possui um único campo de visão, sendo assim sua capacidade se limita a corrigir hipermetropia, miopia e ou astigmatismo, por terem um alto volume de venda, estas lentes podem ser encontradas como chamamos em nosso ramo de lente pronta, o que eu quero dizer com isso é que, devido ao fato de ter uma grande circulação a mesma já é feita pela indústria óptica com a dioptria que o cliente necessita, desta forma agilizando o tempo de entrega e também deixando está lente com um valor mais acessível, porém é importante ressaltar que, elas têm um limite de graduação e diâmetro, sendo a graduação uma escolha do fabricante de variação e o diâmetro fica em 70mm para negativas e 65 para positivas, fora isso as mesmas podem e devem ser fabricadas, e aí partindo de um bloco bruto, o que agregar mais valor ao produto. Por volta de 1784, Benjamin Franklin teve a brilhante ideia de cortar um lente mono focal e sobre por a outra, construindo assim de maneira rudimentar as lentes bifocais, que são como o próprio nome já diz, lentes com dois focos, para a correção de presbiopia, quanto a sua indicação, acredito que caiba aqui na óptica revista uma matéria exclusiva sobre o tema, e faremos isso em um futuro próximo.
Os bifocais têm por característica a marcação que chamamos de película, que é justamente o ponto onde termina uma lente e começa a segunda, digamos assim, provocando nos usuários o que chamamos de salto de imagem, como você pode conferir na imagem abaixo, cada posicionamento de película gera um bifocal diferente.
![](https://oticarevista.com.br/imagens/2023/05/image-20.png)
Por fim chagamos aos multifocais, esta lente com múltiplos focos, também tem como objetivo a correção da presbiopia, porém com ela não temos o salto de imagem dos bifocais, visto que esta lente tem uma composição completamente diferente, que vista de frente a mesma parece uma lente visão simples, porém ela e composta basicamente por três campos sendo eles, longe, intermediário e perto, além é claro das diferentes tecnologias empregadas nelas, mas aí também é assunto para uma matéria completa e faremos isso já na próxima edição.
Fonte: Matéria Ótica Revista, Ed 413 por Fernando Cardoso